Hekatesia de 2022

Arte de Georgi Mishev

Hekatesia

 "Reacendendo as lamparinas" 


Aqui eu pretendo passar brevemente por uma origem histórica da Hekatesia e abordar com mais afinco a experiência de viver a Hekatesia partindo do festival celebrado este ano. 
   A Hekatesia de agosto tem suas origens na Nemoralia, um festival em honra à Diana nas imediações do lago Nemi, onde hoje é a Itália, era um festival onde cê acendiam as luzes em honra a esta deusa. Com o sincretismo Hekate acabou sendo associada ao festival, ganhando cada vez mais uma conotação própria.
Agora falando um pouco do que vivi me preparando e organizando minha primeira Hekatesia em grupo (de forma remota), foi um mês pouco me preparando, pensando, sentindo que a deusa poderia trazer para nós, o corpo ritualístico mesmo, eu sabia do início e do fim, mas o que teria em meio a isso, só Hekate sabia, já tinha muitos ritos com a deusa e ela sempre me surpreendia com sua destreza, sempre foi um "se organiza para o principal, deixa o resto comigo" e neste ano não foi diferente, me preparei, e fomos agraciades pela presença dela conosco, como sempre mostrando sua maestria em conduzir, ensinar e reavivar nossa aliança com Ela.
   Como todes que participaram do festival são bruxes, foi preparado um corpo ritualístico comum à Bruxaria. nos debruçamos principalmente sobre o epíteto Astrodia (caminhante das estrelas) e nos aspectos estelares de Hekate, haja visto o fenômeno das perseidas (uma chuva de meteoros na direção constelação de Perseus, que leva o nome de um dos pais míticos de Hekate). E como as ao meu ver as estrelas são o ponto de partida de toda a vida, há milhões de possibilidades que se abrigam nas estrelas, e como somos constituides delas, essas possibilidades vivem em nós e foi sobre esse olhar que demos seguimento aos preparativos.
   Hoje mais do que nunca entendo e encaro a Hekatesia como um ponto de finalização e de partida, este ano o festival ficou para mim com um sabor de ano novo, sabe aquela sensação de ficar sem palavras no réveillon e só sentir, sem saber explicar muito bem? Então… Se tem uma forma pequenina de explicar o sentimento, seria assim; Ela tomou em suas mãos as nossas lamparinas, que por muitos motivos estavam apagadinhas, com poeira, até mesmo estilhaçadas, restaurou, limpou e alimentou com seu fogo aviador, reacendendo a chama em nosso coração-lamparina, reforçando conosco sua presença. Deixou um marco de um recomeço salutar, um encontro com nossos anseios, uma aposta no que virá, agora novamente sob o manto dela, com a guiança dela, tendo sua estrela primordial a iluminar nossa frente.

Que este relato possa te inspirar em seus caminhos 

Klaus Eulálio. 



 

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